Serviços de apoio a Microempresas

Serviços de apoio a Microempresas, Pequenas Empresas e Empresas Individuais.

A extinta Direcção-Geral da Empresa, da Comissão Europeia, encomendou a realização ao atualmente chamado “KMU Forschung Austria” (Instituto Austríaco de Pesquisa), em colaboração com membros da Rede Europeia de Investigação sobre as PME (ENSR) e outras instituições parceiras de todos os Estados-Membros da União Europeia e da Noruega, de um estudo sobre “serviços de apoio a microempresas, pequenas empresas e empresas individuais”.

Apesar desse estudo ter já sido concluído em 2002 consideramos, ainda assim, oportuna a divulgação da síntese e conclusões do mesmo:

Em Portugal, os serviços de apoio são oferecidos por entidades públicas ou privadas. É frequente que as organizações privadas formem parcerias com as entidades públicas. As organizações semi-públicas parecem ser menos frequentes. A oferta de serviços de apoio está organizada a nível regional. Os serviços oferecidos destinam-se, sobretudo, às PME em geral, pelo que não fazem distinções baseadas na dimensão das microempresas, pequenas empresas e empresas individuais. Muitos serviços estão orientados para fases de desenvolvimento específicas de uma empresa (em particular, a fase de crescimento). Portugal é um dos poucos países europeus que oferece apoio a todas as fases do ciclo de vida de uma empresa. No que diz respeito à orientação por sector dos serviços, a maior parte dos serviços visa quer as empresas de base tecnológica/ inovadora, quer todos os sectores sem distinção. Alguns serviços destinam-se a jovens empresários.

Os serviços de apoio portugueses oferecem, sobretudo, consultoria e aconselhamento externo e serviços profissionais de informação ou fornecem instalações. A maior parte dos prestadores oferecem os seus serviços a preços pré-estabelecidos em listas. Os serviços oferecidos a título gratuito são raros. Dois terços do serviços aplicam instrumentos de gestão de qualidade, nomeadamente, o acompanhamento pontual dos clientes e a aplicação de normas próprias. Tanto as avaliações como os acompanhamentos dos clientes efectuados com mais regularidade são menos comuns. Embora os objectivos dos serviços sejam diversificados, dá-se alguma ênfase à melhoria do acesso da empresa à investigação e à inovação. Para contactar os clientes, o principal canal de comunicação utilizado pelos prestadores de serviços em Portugal é a Internet, embora também recorram a apresentações em feiras comerciais e a publicidade em jornais ou revistas.

No que diz respeito ao lado da procura, as microempresas, pequenas empresas e empresas individuais em Portugal não parecem fazer muito uso dos serviços de apoio oferecidos. Em comparação com os restantes países europeus, a taxa de participação de Portugal (20%) representa um valor médio. Por seu turno, as empresas individuais raramente recorrem a serviços de apoio. O principal motivo que leva as empresas portuguesas a não utilizarem os serviços de apoio é o facto de estes não serem oferecidos sob condições adequadas. Além disso, a taxa de informação das microempresas, pequenas empresas e empresas  individuais é consideravelmente inferior à média, pois apenas 11% das empresas de menores dimensões consideram estar bem ou muito bem informadas sobre a existência ou a disponibilidade dos referidos serviços. A sensibilização das empresas para o apoio que têm à sua disposição poderá ser fomentada através de visitas pessoais ou de contactos directos (por exemplo, por campanhas de mailing, por contactos telefónicos, etc.).
Porém, muitos prestadores de serviço não recorrem a estes dois tipos de promoção por serem muito dispendiosos.

De modo geral, as microempresas, pequenas empresas e empresas individuais em Portugal consideram não ter grande necessidade de recorrer a serviços de apoio, motivo pelo qual a procura de cursos de formação específica, de serviços financeiros e de serviços profissionais de informação é mais elevada do que a procura de aconselhamento ou de consultoria, ou ainda de balcões únicos e de informação de carácter geral. No que diz respeito a domínios específicos da actividade empresarial, as empresas de menores dimensões parecem necessitar apenas de auxílio em matéria de qualificação do pessoal e de questões jurídicas e de I&D. Um dos motivos para que a necessidade de serviços de apoio seja comparativamente baixa poderá dever-se à fraca orientação destes serviços em função do grupo-alvo, nomeadamente no que diz respeito às classes de dimensão e aos sectores das empresas.

Em geral, os empresários portugueses que utilizaram serviços de apoio estão muito satisfeitos com a experiência. A taxa de satisfação de 90% é uma das mais elevadas da Europa, sendo comparável apenas à da Irlanda. A política de preços e o acesso ao próprio serviço constituem dois domínios que poderão beneficiar de melhorias. Em termos globais, a utilização dos serviços de apoio poderá beneficiar de uma melhor orientação dos serviços em função das empresas de menores dimensões e de sectores específicos, bem como da melhoria da promoção dos actuais serviços especializados e de condições de participação mais adequadas (provavelmente menos dispendiosas). Quando as microempresas, pequenas empresas e empresas individuais em Portugal tentam avaliar a qualidade do prestador de serviços, o indicador de qualidade que consideram mais importante é o acompanhamento regular do cliente.

Pode aceder ao estudo, na integra, neste atalho.

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